aqui vai algo para ponderar na resposta a este questionário:
as energias renováveis são um erro colossal
(artigo completo aqui)
http://economicofinanceiro.blogspot.com ... l#comments
produção hidroeléctrica
é muito barata, entre 15€/mwh e 25€/mwh, mas é um recurso limitado porque depende de haver rios com elevados declives, é variável, imprevisível num horizonte temporal de um mês e não é controlável porque depende da chuva. em termos económicos, porque são necessário grandes investimentos iniciais e não é controlável, o custo de oportunidade é quase nulo o que torna economicamente obrigatório que toda a energia hidroeléctrica produzida seja injectada na rede eléctrica.
a variabilidade da produção eléctrica resulta das alterações na pluviosidade. em portugal o factor de capacidade, fc, dos aproveitamentos hidroeléctricos é, em média, 25% mas varia ao longo do ano atingindo um mínimo em agosto (na ordem dos 8%, 400mw) e um máximo em dezembro (até 100%, 4837mw). como a electricidade não é armazenável, comparando com a quantidade procurada, há bastantes dias no inverno em que, entre a 3h e as 7h, há excedente de produção que tem que ser destruída.
produção eléctrica eólica
é uma tecnologia muito cara, na ordem dos 60€/mwh a 70€/mwh. tal como a produção hidroeléctrica, obriga a grandes investimentos; tem um custo variável de produção baixo, na casa dos 10%; é um recurso limitado porque depende de haver locais com vento; é muito variável e muito imprevisível num horizonte temporal de um dia; a produção é maior no outono/inverno e não é controlável. tem um fc média na ordem dos 20%. dada a grande potência instalada, 10000mw, e a variabilidade dos ventos, existem períodos em que a potência injectada na rede eléctrica é praticamente zero e outros em que é superior ao consumo total de pico, 8000mw. tem então as desvantagens da produção hidroeléctrica (não controlável e variável) e as desvantagens da produção a gás natural e fuelóleo (muito cara).
acresce como desvantagem que no período em que há mais vento, o inverno, também é quando há maior produção hidroeléctrica que já era excedentária em parte desse período. então, a energia eólica é pouco aproveitável (ver, fig.3). no verão, quando seria necessária para compensar a menor pluviosidade, também não há vento. na primavera e outono, a grande oscilação diária prejudica o uso das máquinas a carvão e obriga a expandir o uso das máquinas a gás que são uma tecnologia cara.
independentemente de a electricidade produzida ter não uso, o estado garante um preço próximo dos 75€/mwh.
figura 24 - a inutilidade de grande parte da produção electrica de origem eólica
o investimento feito em parques eólicos foi da ordem dos 15 mil milhões de euros que estão garantidos pelo estado. assim o estado português comprometeu-se a pagar, melhor dizendo, obriga os consumidores de electricidade a pagar, mais de 1300 milhões de euros por ano por uma mercadoria que vale, a preços de mercado, pouco mais que 300 milhões de euros por ano. assim, a fachada de ir à onu anunciar que somos dos países do mundo que temos maior produção eólica tem um custo para portugal de mais de 1000 milhões de euros por ano. este é mais um buraco financeiro que deveria estar contabilizado na dívida pública e que ajuda à descida do rating da república.
centrais hidroeléctricas reversíveis
a electricidade não se pode armazenar em grande quantidade. mas é possível, com as centrais hidroeléctricas reversíveis, usar os excessos de produção das máquinas a carvão durante a madrugada, que tem um custo de oportunidade quase nulo, para aumentar a produção durante a hora de ponta. não é viável a transferência enérgicas a uma distância maior que um dia.
é um recurso muito escasso porque obriga a zonas com muito elevada inclinação e que permitam a construção de barragens com muito volume de água. como tem um investimento que é o dobro de uma hidroeléctrica normal, o custo de produção ficará entre os 40mwh e 50mwh. além disso, por cada mwh produzido consome 1,5mwh.
esta tecnologia não tem grande interesse para mitigar o problema do excesso de produção eólica do inverno porque nessa altura do ano já existe uma produção hídrica excedentária. será mais um elevado encargo para o país que não resolve nada.
carros eléctricos
outra forma de tentar resolver o problema da irracionalidade do investimento megalómano em energia eólica é actuar do lado da procura. assim, o governo lembrou-se dos carros eléctricos. mas isso, contrariamente ao anunciado, fica muito caro.
um litro de gasolina tem 8.1 mcal. um automóvel que consome 6l/h, que tem um motor com rendimento de 45% então, terá uma potência útil média de 35cv que são 25kw. aparentemente custa 9.60€ porque o preço da gasolina é 1.60€/l. mas nesse preço o custo é de apenas 0,68€/l a que acresce 0.12€/l da margem de comercialização e 0,90€/l de impostos. assim, para o país, o custo do carro a gasolina é de 4,1€/h. o resto não é custo mas uma receita do estado (1350 m€ por ano) e das bombas de gasolina.
o custo de produção da electricidade eólica é 0,070€/kwh a que tem que se acrescentar o custo do transporte da electricidade, 0,05€/kwh, mais as perdas na rede, na bateria e no motor eléctrico que soma pelo menos 30%. então, o carro eléctrico a circular com a mesma potência custa 4.35€/h. fica mais caro que o carro a gasolina e ainda temos que somar que um carro eléctrico é bastante mais caro que um carro a gasolina e é mais pesado pelo que gasta mais energia e tem pior performance.
podem dizer que o custo de oportunidade da electricidade é zero mas então que a disponibilizem já a preço zero para consumo doméstico e industrial.
produção termoeléctrica nuclear
é muito barata, entre 20€/mwh e 25€/mwh, mas, como o investimento é muito grande, a máquina nuclear tem que trabalhar com fc de 100%. desta forma, o dimensionamento da produção nuclear tem que considerar apenas o consumo de super vazio que em portugal é de 4000mw. como existe produção hidroeléctrica que cobre esse período durante 4 meses do ano, a opção nuclear não é viável em portugal. se acrescentarmos a variabilidade induzida na rede pela produção eólica, fica totalmente fora de questão.
se portugal quiser investir na tecnologia nuclear terá que ser para o mercado espanhol que tem um consumo em super vazio de 20000mwh e pouca produção hídrica.